quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A gente vai tentando se adequar, se encaixar feito foto numa moldura desajeitada, que surgiu de improviso no meio da cena

A gente vai tentando esquecer aquilo que nos fere, esquecendo também que feridas são o que mais nos fortalecem

A gente vai tentando desvendar o mundo com novas tecnologias que podem destruir o mundo

A gente vai tentando ser gente se transformando em robôs

A gente vai tentando mudar o mundo o ajeitando da forma que for mais conveniente para nós

A gente vai tentando ser mais humano ajudando campanhas globais para ajudar crianças, mas a gente vai esquecendo que quando crianças batem a nossa porta pedindo um prato de comida elas também são gente e não marginais

A gente vai tentando sobreviver maltratando a nossa própria fonte de vida

A gente vai tentando... Mas tentando os nossos sonhos de fato?

A gente vai tentando para quem?

Para que?

Se enquanto a gente vai tentando ser feliz, esquecemos de ser, achando que ainda estamos tentando

A gente vai tentando muita coisa, menos tentando ser nós mesmos...


Indy P. Farias

domingo, 19 de setembro de 2010



- Sim, os pássaros estão cantando... Canções belas! Xiii... Silêncio! Veja só, como quer entender o que cantam os pássaros se não se cala por um minuto?!'
(...)
Então ela se calou.
Mas que tristeza sentiu! Ainda assim o seu coração fazia barulho demais e a impedia de escutar o quão intensa era a canção da vida...

Indy P. Farias

terça-feira, 31 de agosto de 2010


Durante muito tempo sentir ecoar dentro de mim uma felicidade 'perdida'
Uma paz que procurava desesperadamente encontrar seu porquê
Apesar de negar o amor, tinha convicção que ele habitava em mim
E de forma assustadora e bela eu amava alguém loucamente, alguém que eu não conhecia de fato
Que grito alegre era aquele que evadia do meu ser, por ter lembranças de algo que eu nem sabia ter vivido?!
Mesmo sendo alguém aparentemente esgotada de vida, de cores
Mesmo sendo alguém que passava parte dos dias sem acréscimos
Mesmo sendo alguém 'vazia' de grandes sorrisos-, existia em mim algo maior
Que contradizia essa carcaça sem vida
E tudo o que me perguntava é onde estava esse paraíso dentro de mim... De onde vinha?
De que época? De que dimensão?
Até que o vi pela primeira vez
Toda essa beleza suave que habitava em mim de repente resolveu ressaltar ao externo
Dos meus olhos saltaram uma luz tão eloquente
Que mais parecia que eu havia roubado duas estrelas e posto no lugar daquelas gudes sem cor
Ele era minha maior interrogação e simplesmente eu estava ali, misteriosamente contente por encontrá-lo (ou por reencontrá-lo)
Quando vi aqueles olhos e aquele sorriso
Quando o vi senti apenas um desejo: abraçá-lo e dizer que existiam dias que eu sentia uma saudade enlouquecida... Saudade do abraço que nunca havia sido dado,do beijo que nunca havia tocado os lábios... Do calor que a pele nunca tinha provado..
Senti vontade de beijá-lo e falar de sonhos, de amor...
Mesmo sem saber quem ele era, sabia que era ele!
Era ele por quem meu amor sussurrava toda noite
Era ele por quem eu sorria de forma nostálgica nos fins de tarde de inverno
Era por ele que meu coração eclodia em ternura e desejo
Assim, sem porquês
Sem razões
Que eu tinha certeza que o amava desde sempre e para todo o sempre...


Para aquele com quem compartilho a vida!


Indy P. Farias

quarta-feira, 26 de maio de 2010


Já não sabia como agir diante das palavras, elas estavam desorganizadas de tal forma que enlouquecia a menina, as deixava confusa e solitária...
Os rabiscos que gostava de traçar se apagavam a medida que os transportava para o papel
Então sua dor passou a ser um segredo até para ela mesma
Não havia mais um modo de desabafar
O silencio que calava a noite, calava também tudo o que sentia...

Indy P. Farias

domingo, 18 de abril de 2010

Me diga, só preciso dessa resposta para continuar
Por que é tão difícil?!
Apenas me diga: quanto tempo dura um sonho?
Quanto tempo dura o nosso sonho?
Olho pela janela
E o céu já não me sorrir com aquele mesmo azul de antes
Estou entrando numa paranóia
Os gnomos do jardim conversam comigo todo dia pela manhã
Sim, eles falam de amor e coisas que acalmam meus olhos de desespero
Eles parecem tão sábios...
Poderiam responder a qualquer pergunta que eu fizesse
Mas quero apenas que você me diga
Quero ouvir sua doce voz
Quero que me fale novamente em amor
Quero ouvir dizer que nosso sonho dura o eterno
O eterno necessário para se tornar real
Esta anoitecendo
E as estrelas andam chorando minha lágrimas
Outro dia me trouxeram uma notícias boa
Mas desconfio que foi apenas algo inventado
Apenas algo para que pudessem ver um sorriso florir
Então por que não me trouxeram você?
Pintaria o céu e o universo inteiro com sorrisos
As estrelas não são tão sábias assim...
Ou foi eu que não enxerguei o seu olhar através do brilho que elas me deram
Talvez sua resposta esteja estampada na Lua
Mas estou tão cansada
Não consigo mais enxergar
Queria apenas ouvir sua voz
Sentir o sonho e acordar novamente no nosso mundo.
Indy P. Farias

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Depois de dias

Semanas inteiras

A menina, então, resolve abrir a janela

Lá, pensava ela, estaria tudo o que evitava por tanto tempo

Toda uma vida...

Histórias e estórias que seria um tormento ver passar a sua frente como um filme

Mas cansada de viver para esquecer

Resolveu encarar

Então uma forte luz acariciou seu rosto e quase no mesmo instante

Uma leve brisa a convidou para abrir os olhos

Para a surpresa da menina, lá não estava o filme do seu passado

Lá não estava à platéia que a assistiu cair tantas e tantas vezes

Lá estava apenas o nascer, o parir da vida

Lá estava um horizonte recheado de possibilidades

Foi então que a menina percebeu

Que não adianta esconder-se do mundo

Ele sempre terá algo novo a oferecer

Infinitos caminhos que podem ser trilhados

E o passado, a fita que o carrega, está dentro do baú da memória

Por mais que se tente a fuga é inevitável apagá-lo!

Mas talvez haja maneiras de transformá-lo.


[Indy...]

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desenho e texto: Indy P. Farias
Há meses forço um verso
Há meses forço um risco
Há meses que não vivo

Ando.Corro.Paro.Olho.Procuro.
E nada!

Mas afinal, o que mesmo que busco?!
Nem verso
Nem risco
Nem vivo

Ah... Talvez busque um sonho
Ou parte dele
Mas sem verso
Sem risco
Eu não vivo
[Ah tristeza]

Logo se não vivo não há sonho
Então caminho. Sento. Caminho. Corro.

Mas afinal, para onde estou indo?
Se não há sonho, a de haver caminho?!
[Como estou confusa]

Paro!

Sem verso
Sem risco
Sem sonho

Já sei...
[Uma luz?!]
Talvez procure um caminho que me leve a vida...
[Será?]

Se há vida
Há verso
Há risco
Há sonho
E se há sonho há inúmeros caminhos reais
E vivo!!!