E o meu papel ficou em branco, minha tinta nem sequer sujou a linha com um pingo, que poderia ter caído despercebido.
Ah!, como fui triste neste dia...
Era uma dia de domingo chuvoso, desses que as linhas, mesmo estando tortas, suplicam uma poesia, uma frase ou ao menos uma palavra
Mas eu... Eu não pude escrever nem uma vogal solta, quem dirá consoante!
Logo a chuva começou a amenizar e lá fora as gotas pareciam escrever a poesia no ar...
O latido do cachorro saia em forma de poesia...
O toque do telefone...
O cair de um talher na mesa...
A respiração do recém-nascido, a criança correndo, a muleta do idoso...
Tudo estava derramando poesia
Ela estava em toda a parte!
Mas que domingo triste...
A poesia não estava no meu papel
Os versos não preenchiam minhas linhas tortas
Nem as vogais... Nem as consoantes...
A poesia estava em toda parte!
Menos em mim..."
2 comentários:
Nem sempre a poesia está em nós, mas às vezes nós precisamos estar nela.
;)
Nossa!
Triste e lindo. A poesia prevalece até mesmo quando vc não a sente detro de si.
Abraços!!
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